Ondas de calor no Brasil aquecem setor de bares e restaurantes

Tendência é que o movimento cresça até 20%, em dezembro, com destaque para o consumo de produtos gelados, como cervejas, drinks e sorvetes

As ondas de calor intenso identificadas no Brasil, nas últimas semanas, vem trazendo diversas mudanças de comportamento e de consumo do brasileiro. Em algumas cidades, por exemplo, a utilização de energia elétrica cresceu, em média, 20%. Isso só nos primeiros dias de calor. A tendência, no entanto, é piorar, impactando diretamente na conta e nos apagões, como pôde ser percebido recentemente, na capital paulista.

Neste contexto, a população tem buscado opções para se refrescar. Entre elas, uma das preferidas é reunir amigos na mesa de bares ou restaurantes para tomar, de preferência, uma cerveja bem gelada. Pelas estimativas da Federação Brasileira de Hospedagem e Alimentação (FBHA), o movimento no setor deve crescer entre 15 e 20% até o final de novembro e dezembro.

“O calor é sempre bom para o segmento de bares e restaurantes, onde é possível consumir sorvetes e bebidas refrescantes, como cervejas, drinks e sucos gelados. Espaços com maior ventilação e climatizados também têm a preferência do público, que recorre a estes lugares para aliviar um pouco o calor, que em algumas cidades bate recordes de temperatura”, afirma Alexandre Sampaio, presidente da FBHA.

Aumento do preço dos insumos – A combinação de muita chuva e calor exagerado também começou a afetar o bolso do consumidor. Frutas, hortaliças e legumes já estão mais caros e com a qualidade bem pior, o que gera perdas. A alface americana, por exemplo, era vendida a R$ 2 no atacado e passou a custar R$ 4, ou seja, o dobro. No varejo, a mesma alface custa, em média, R$ 9.

As ondas de calor já impactam os índices da inflação. Depois de alguns meses de queda nos preços, em outubro, os alimentos voltaram a subir; e hortaliças, verduras e frutas ficaram 3% mais caras. Já os tubérculos e legumes subiram 4,5%.

“Os gêneros alimentícios funcionam como âncoras para que a inflação não suba. Infelizmente, não é o que está ocorrendo e a tendência é de que esta fatídica realidade reflita no preço também dos estabelecimentos de refeições preparadas, como bares, lanchonetes e restaurantes”, afirma o presidente da FBHA.

Segundo ele, os prejuízos para a economia acontecem em efeito dominó: “Quanto menos o empresário vende, menos ele lucra, e quando o lucro diminui, ele tende a demitir”, explica.

Outro ponto é a possibilidade de haver mais licenças médicas de trabalhadores, já que a saúde das pessoas costuma ficar mais fragilizada. “O bolso dos brasileiros será, portanto, afetado pelo aumento das temperaturas “, pontua, lembrando que o turismo também pode ser beneficiado, principalmente nas regiões costeiras e serranas, que têm temperaturas mais amenas”, avalia.

Sobre a FBHA – A Federação Brasileira de Hospedagem e Alimentação (FBHA) é uma entidade sindical patronal constituída com a finalidade de coordenação, defesa administrativa, judicial e ordenamento dos interesses e direitos dos empresários da categoria e atividades congregadas. Integra a chamada pirâmide sindical, constituída pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), pela própria FBHA, pelos Sindicatos e pelas empresas do setor.

É uma das maiores entidades sindicais do país e tem representação nos principais órgãos, entidades e conselhos do setor empresarial e turístico do Brasil, tais como o Conselho Nacional de Turismo (CNT), do Ministério do Turismo, ou o Conselho Empresarial do Turismo (Cetur) da CNC. Está presente em todas as regiões, através de 67 sindicatos filiados. Representa em âmbito estadual e municipal cerca de 940 mil empresas, entre hotéis, pousadas, restaurantes, bares e similares.

(Assessoria de Comunicação FBHA/ Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil).